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segunda-feira, 11 de abril de 2011

A vontade Geral e a de Todos



Do contrato Social, livro de Jean-Jacques Rousseau, publicado em 1962, dá bases de como montar uma sociedade. Por que nessa obra dissertativa, existe uma crítica muito peculiar. É quase uma lei, mostrando como as pessoas deveriam se comportar em sociedade. Resolvi em meio as minhas limitações literárias retirar alguns assuntos, não tão polêmicos do livro, mas muito esclarecedores no ponto de vista da sociedade moderna.

No capítulo Do estado Civil 2° parágrafo, “O que homem perde no contrato social, é a liberdade natural, e um direito ilimitado a tudo que tenta e que pode atingir; e que ganha é liberdade Civil e a propriedade de tudo que possui”.  Essa afirmação abre uma premissa interessante, dizendo há diferenças básicas nas liberdades. Depois Rousseau explica que as diferenças são que a liberdade natural é aquele que está limitada a força do individuo. E a liberdade Civil é a liberdade limitada à vontade geral do acordo; ele é claro em explicar que para fazer um acordo social, deveria todos os membros do acordo abrir mão de sua Liberdade para algo superior que é a vontade geral dos membros. E ai está o que estou comparando com a sociedade hoje. 


No livro dois capitulo três, Rousseau coloca uma questão pertinente; É possível a vontade geral errar? “Já mais se corrompe o povo, mais com freqüência se o ludibria e é somente então que ele parece desejar o mal”. Com essa resposta Rousseau responde que não; o problema é que o povo se corrompe por que foi ludibriado, enganado. A questão é: como evitar que o povo seja enganado? Para isso Rousseau nos dá uma equação interessante e simples. “Há muita diferença entre a vontade de todas e a vontade geral, essa só considera o interessa comum, aquela considera o interesse privado e não passa da soma de vontades particulares, mas ao subtrair dessas mesmas vontades os mais e os menos que se destroem mutuamente, a soma das diferenças é a vontade Geral”.

O cálculo é simples: Interesse privado igual à soma dos interesses Particulares. Interesse Privado menos As vontade que se destroem mutuamente. Sobra-se as diferenças. A soma das diferenças é igual à vontade geral.

Um grande e problema do Brasil e de muitos países é não entender essas diferenças. Quando o povo em vez de lutar pela vontade geral, luta por interesses privados. Quem não ouviu muitos dizerem, é meu direito. E outro, e eu como ficamos, e mais; dane-se, o importante sou eu e minha família. Esquecem completamente a Vontade geral, gerando assim um desconforto, tão desagradável, que não é possível viver em sociedade. Qual será a liberdade que as pessoas estão lutando? Será pela propriedade particular ou pelo interesse comum? As manifestações são legítimas, ou estão preocupados com suas vontades particulares?

Analisaremos pois, a manifestação a baixo na sociedade brasileira:








A natureza da manifestação era legítima. Era um protesto para o aumento das bicicletas e a paz no transito. Então para que se pudesse ser feito o protesto, foi necessário fazer algumas passeatas, bloqueando assim algumas vias por um tempo. Infringindo assim o direito de ir e vir de outras pessoas. Qual é a vontade geral? E qual é a vontade de todos? À vontade em questão é o direito de Ir e vir, a vontade de todos é a mobilidade. Tantos os ciclista como os motoristas querem o direito de ir e vir como mobilidade. Então Uns querem ir de carro, outro de bicicletas. Somam-se as vontades Particulares: Ir e vir de bicicleta, Ir e vir de Carro, mobilidade de bicicleta, mobilidade de carro.  Ir e vir com mobilidade de carro ou bicicleta é os interesses particulares. Quais as vontades que se destroem mutuamente? Carros e bicicletas.  Interesse Particular menos a as vontades que se destroem mutuamente é igual a Ir e vir com mobilidade. Ir e vir com mobilidade é a vontade geral. O que entendemos como isso? Não importa o meio de transporte, o importante é ir e vir com mobilidade. 


Na democracia, o que o governo tem que garantir é o direito de ir e vir com mobilidade. O que realmente acontece? Acontece que os interesses particulares são muito mais prestigiados. Os carros estão dominando as ruas, e muitos não podem usar suas bicicletas, ou até mesmo andar a pé, porque as ruas foram feitas para os carros, e não para os cidadãos. Vimos que existem duas classes de Cidadão os Automobilísticos, e os amobilísticos. Os automobilísticos estão com muito mais direito de usar os espaços públicos. Primeiro por que os carros tomam muito mais espaço, são muito mais perigosos, e mais fortes, e causam muito mais acidentes. A vida seria muito melhor sem os carros, por outro lado os carros facilitam a mobilidade, e seria muito difícil acabar com esse conforto. O que poderia ser feito era; ciclo vias, onde separariam os carros dos ciclistas, satisfazendo a vontade de todos.  E a vontade Geral? 

Na verdade para se ter mobilidade é importante os espaços públicos. Esses espaços, com o tempo estão sendo dominado por espaços particulares. Espaço esses restritos, onde se perde a liberdade de ir e vir. O carro é muito mais complicado do que os imóveis. Primeiro por que os imóveis são fixos, já os carros além de tomar um espaço público considerável, são móveis e tomam outros espaços públicos, as áreas de estacionamentos e etc. Entramos em outra questão; o tempo em que este espaço será tomado por algum carro qualquer. O tempo e o espaço em uma cidade grande são disputados até mesmo com a força. A violência no transito é uma guerra de espaço e tempo.


 “- Vai logo por que eu quero passar!...”

O excesso de pessoas e principalmente de carros são os grandes problemas dos centros urbanos.

Segundo Rousseau, temos que abrir mãos de algumas liberdades, para conseguir outras, sei que na época de Rousseau não existia carros, mas a questão de liberdade que ele coloca serve para os dias de hoje. Essa questão de propriedade é um grande problema, hoje no Brasil. Por quê? O excesso de carros destrói um bem comum, a liberdade de ir e vir. E o paradoxo é que compramos os carros para garantirmos melhor a liberdade de ir e vir.

Hoje, não temos mais a liberdade de ir às ruas, nas calçadas sim, quando não tem uma loja ou um camelô tomando um espaço público.

O que é congestionamento? Se não a falta de espaço público. A propriedade privada, carros, retiram a propriedade pública, as ruas, e o que sobra, poucas áreas para eu ir e vir.  Estou condicionado ao tempo e ao espaço que foi me dado, curto e apertado.

Certo território comporta certo número de habitantes. Por exemplo; quantos habitantes comportam o território do município de São Paulo? Acho que nunca na história se pensou nisso. Hoje se fala muito de verticalização. Uns parabenizam os Idealizadores de verticalização. Mas vamos pensar... Quem compra apartamentos em prédios urbanos, simplesmente está trocando um espaço de 125 metros quadrados por um de 45 metros quadrados nos mínimo. Ou seja, 125 dividido por 45 são iguais a Três famílias. Em uma torre de 13 andares, temos 39 famílias. O seja no espaço de 125 metros quadrados que caberia uma família apenas, eles conseguem comportar 39 famílias. Se cada família tem um carro, teremos 39 carros nas ruas a mais. Como vemos a verticalização, feita para melhorar  o problema de pouco espaço, faz com que se agrave mais ainda os espaço públicos  nas cidades.

A melhor forma, e isso não é debatida, é a descentralização dos grandes centros. Devemos não ir contra as liberdades, mas levar par as outras cidades as facilidades que não temos nestas.


Concentração do emprego: Deveríamos distribuir os empregos nas periferias, e nas cidades circunvizinhas, para que o povo não se interesse pelos centros urbanos.

Concentração do comércio: Deveríamos acabar com o comércio ilegal dos grandes centros, para que pudéssemos distribuir as mercadorias de formas mais justas. A ilegalidade tem sido um concentrado de massas, nas cidades grandes. além da falta de incentivo do governo ao comércio as pequenas cidades e periferias. 

Concentração das propriedades: É preciso dar um basta na exploração imobiliária dos grandes centros.  É preciso sem sobra de dúvidas, não incentivar essa prática.



A questão de descentralização dos grandes centros é a resposta mais rápida para resolver os problemas de super população, a questão é que existem muitos exploradores financeiros que se beneficiam com isso. Por isso a atuação do Estado é crucial para essa atitude. Levar as periferias o que elas não têm. Levar as cidades pequenas o que elas não têm.

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